Meu querido,
Neste ano que está a acabar coloquei minhas mágoas dentro de um saco, mas não as carreguei nas costas por serem demasiado pesadas; deixei-as amontoadas num canto, até serem levadas pelo vento (que aprendi que vem com o tempo).
Também aprendi que as coisas menos boas devem ficar adormecidas num asilo próprio para emoções já cansadas e passei dias e noites a fio num treino de saudades, para que elas não desmoronassem na frente dos outros... especialmente de ti.
Tentei que elas (as saudades) se equilibrassem no fio da navalha, na corda bamba, e não me fizessem voltar atrás para ir buscá-las. Não sei se consegui pois muitos dias quando acordo tenho a sensação de ter viajado durante toda a noite ... não sei por onde andei nem a fazer o quê, mas sei que acordo exausta e que só recupero quando olho para ti.
Do meu sorriso fiz um fiel companheiro que me acompanha, que me acalma, que me ilude e me abre caminhos; com as estrelas e com a Lua fiz um chá de sossego pra me secar as lágrimas - aquelas da insatisfação e da frustração.
Coloquei um emplastro nas feridas, que com o tempo pararam de doer e só são lembradas quando o coração canta o fado. Adocei os olhos com colírio de adeus, para que eles se preparassem e se acostumassem com o tapete vermelho do futuro que se estendeu à minha frente, e despedi-me de tudo aquilo que poderia ter sido e não foi, do que poderá ser e talvez nunca o seja.
Tentei fugir, mas fui uma fugitiva falhada ... por vontade própria nunca abri as algemas talvez porque seja uma prisioneira que não consegue virar costas ao seu carcereiro e por não ser especialista em filosofia nem sei que nome dar a este complexo.
Sei que apesar de tudo, continuo a sentir que o tempo não passa, ou pelo menos, que anda muito devagar.
É a terceira vez que em anos consecutivos, escrevo para ti neste dia e quase nada mudou: os meus desejos para que soltes as cordas que prendem o teu balão de ar quente à terra mantêm-se, e o meu machado continua disponível para te ajudar ... só não me peças para sorrir ao ver-te voar porque isso não vou ser capaz.
Mas sorrio quando apareces na minha cabeça e mais uma vez te digo" Meu querido, que seja um Feliz Novo Ano para ti"
Dos muitos desejos que se formulam, eu tenho um especial: que de hoje a um ano eu te esteja de novo a escrever.
Mais uma vez, e cada vez mais .... até já.
Beijos, muitos, com muito carinho e especialmente muitas saudades.
Neste ano que está a acabar coloquei minhas mágoas dentro de um saco, mas não as carreguei nas costas por serem demasiado pesadas; deixei-as amontoadas num canto, até serem levadas pelo vento (que aprendi que vem com o tempo).
Também aprendi que as coisas menos boas devem ficar adormecidas num asilo próprio para emoções já cansadas e passei dias e noites a fio num treino de saudades, para que elas não desmoronassem na frente dos outros... especialmente de ti.
Tentei que elas (as saudades) se equilibrassem no fio da navalha, na corda bamba, e não me fizessem voltar atrás para ir buscá-las. Não sei se consegui pois muitos dias quando acordo tenho a sensação de ter viajado durante toda a noite ... não sei por onde andei nem a fazer o quê, mas sei que acordo exausta e que só recupero quando olho para ti.
Do meu sorriso fiz um fiel companheiro que me acompanha, que me acalma, que me ilude e me abre caminhos; com as estrelas e com a Lua fiz um chá de sossego pra me secar as lágrimas - aquelas da insatisfação e da frustração.
Coloquei um emplastro nas feridas, que com o tempo pararam de doer e só são lembradas quando o coração canta o fado. Adocei os olhos com colírio de adeus, para que eles se preparassem e se acostumassem com o tapete vermelho do futuro que se estendeu à minha frente, e despedi-me de tudo aquilo que poderia ter sido e não foi, do que poderá ser e talvez nunca o seja.
Tentei fugir, mas fui uma fugitiva falhada ... por vontade própria nunca abri as algemas talvez porque seja uma prisioneira que não consegue virar costas ao seu carcereiro e por não ser especialista em filosofia nem sei que nome dar a este complexo.
Sei que apesar de tudo, continuo a sentir que o tempo não passa, ou pelo menos, que anda muito devagar.
É a terceira vez que em anos consecutivos, escrevo para ti neste dia e quase nada mudou: os meus desejos para que soltes as cordas que prendem o teu balão de ar quente à terra mantêm-se, e o meu machado continua disponível para te ajudar ... só não me peças para sorrir ao ver-te voar porque isso não vou ser capaz.
Mas sorrio quando apareces na minha cabeça e mais uma vez te digo" Meu querido, que seja um Feliz Novo Ano para ti"
Dos muitos desejos que se formulam, eu tenho um especial: que de hoje a um ano eu te esteja de novo a escrever.
Mais uma vez, e cada vez mais .... até já.
Beijos, muitos, com muito carinho e especialmente muitas saudades.
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